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Livro “Longevidade Inteligente” problematiza construção social da velhice
Em tempos de isolamento social, a leitura é sempre uma boa pedida. Uma sugestão é o livro “Longevidade Inteligente”, que problematiza construção social da velhice. A publicação de Alexandre Correa reúne informações sobre mudanças no paradigma longevidade no cenário atual
O envelhecimento populacional no país e no mundo tem intrigado estudiosos de todas as áreas. Pesquisadores de várias especialidades analisam que a expectativa de vida nunca foi tão elevada e com uma participação sem precedentes das pessoas maduras em relação ao total das populações. É a chamada Revolução Prateada.
O termo, inaugurado por Alexandre Correa Lima, pesquisador e CEO da Mind Pesquisas, busca refletir os indicadores e cenários de um mundo em transformação. São resultados de mais de 20 anos de pesquisas reunidas no livro “Longevidade Inteligente – Como se preparar para uma vida de 100 amos”, que chega neste mês de março às bancas.
No total são 168 páginas, onde o pesquisador revela indicadores de como essa curva da longevidade acentuou-se ao longo dos anos, bem como as características e impactos dessas mudanças.
“O mundo está mais velho. Nos últimos 150 anos, a humanidade ganhou em média dois anos e meio a cada década de vida. Não por acaso, os centenários são o grupo que mais cresce em todo o mundo. Ainda são minoria em números absolutos, mas estão crescendo a taxas geométricas, maiores que qualquer outro grupo etário”, explica.
No livro, o estudioso afirma, com base em análise científica, que as mudanças não vão parar por aí: o número de centenários crescerá mais de 800% ao longo das próximas décadas, atingindo a casa dos milhões até 2050. Itália e Japão, por exemplo, serão os países que terão a maior proporção de centenários em relação ao total da população
Cenário brasileiro – Alexandre Correa explica, em seu livro, que no Brasil as assimetrias populacionais tornam uma análise generalista um bocado imprecisa. Ele aponta que, em 2017, foi divulgado um estudo com dados do Estado de SP, o maior do país.
“Enquanto alguns bairros têm expectativa de vida comparável à Dinamarca, como o Jardim Paulista, com quase 80 anos, outros, como o Jardim Ângela, possuem expectativa de vida de apenas 55,7 anos, comparável à Nigéria. Para um típico morador dessa região pobre de São Paulo a vida acaba 24 anos antes. Com muita frequência, acaba de um jeito bastante violento, já que o bairro possui uma taxa elevada de homicídio juvenil. Em termos de Longevidade o Brasil é uma espécie de Dinéria. Um pouco Dinamarca, um pouco Nigéria. Um país em que dinheiro e miséria se misturam feito feijão com arroz, e isso tem impactos também nas taxas de longevidade.
Será o fim das pirâmides populacionais?
O termo usado com frequência para perfazer uma classificação etária no país pode estar com seus dias contatos. No livro “Longevidade Inteligente”, Correa Lima afirma que, fatores como a drástica redução nas taxas de mortalidade infantil, uma proporção cada vez mais alta de pessoas atingindo idades avançadas e o fato de casais tendo cada vez menos filhos e postergando a chegada do primeiro herdeiro podem ser fundamentais para o entendimento do fenômeno.
O autor
ALEXANDRE CORREA LIMA é Palestrante corporativo e CEO da MIND PESQUISAS. Pós-graduado em Administração de Marketing, possui um Master em Comunicação Empresarial (MBC) e cursou a Escola Avançada de Pesquisa de Mercado na University of Georgia (Atlanta/EUA).