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Qual a relação entre hepatite e metabolismo?

A hepatite também pode afetar a função metabólica, reduzindo a capacidade do fígado de metabolizar substâncias, ressalta a endocrinologista, Dra. Jacy Alves


O mês de maio marcou a campanha Maio Vermelho, que foca na conscientização sobre as hepatites virais, mais do que uma inflamação no fígado, a hepatite pode comprometer funções essenciais do metabolismo, afetando a saúde de forma ampla. 

Para a médica endocrinologista, Dra. Jacy Alves, entender essa relação é fundamental.
"A hepatite também pode afetar a função metabólica, reduzindo a capacidade do fígado de metabolizar substâncias, e isso pode refletir em vários sistemas do corpo", destaca.

Entenda os tipos de hepatite viral
As hepatites virais são classificadas em cinco tipos principais, cada uma com formas de transmissão e características específicas:

- Hepatite A: Transmitida pela via fecal-oral, geralmente apresenta casos leves e se resolve espontaneamente;

- Hepatite B: Transmitida por contato com sangue ou fluidos corporais. Pode ser aguda ou crônica e tem vacina disponível;

- Hepatite C: Transmitida principalmente por sangue contaminado. É uma infecção que pode se tornar crônica, mas tem tratamento com alta taxa de cura;

- Hepatite D: Depende da infecção prévia pelo vírus da hepatite B. Também transmitida pelo contato com sangue e fluidos corporais;

- Hepatite E: Semelhante à hepatite A, é transmitida pela via fecal-oral e pode ser grave, especialmente em gestantes.

Principais sintomas da hepatite:

- Fadiga e mal-estar;

- Febre;

- Dor abdominal;

- Urina escura;

- Pele e olhos amarelados (icterícia)

A ausência de sintomas não exclui a gravidade da doença, reforçando a necessidade de exames de rotina, principalmente para hepatites B e C, que podem evoluir de forma silenciosa.

Como prevenir a hepatite?
- Hepatite A e E: Boa higiene pessoal, cuidados com a água e alimentos, e vacinação (no caso da hepatite A);

- Hepatite B e D: Vacinação, uso de preservativos e evitar compartilhamento de objetos pessoais;

- Hepatite C: Prevenção focada em evitar contato com sangue contaminado, uso de preservativos e não compartilhamento de materiais de uso pessoal.

Hepatite e metabolismo: Qual a ligação?
O fígado é um dos principais órgãos metabólicos do corpo humano, ele regula os níveis de glicose, produz proteínas essenciais, metaboliza gorduras, medicamentos e toxinas, e participa da excreção de bilirrubina. 

Quando acometido por inflamação, como na hepatite, todas essas funções podem ser prejudicadas. De acordo com a Dra. Jacy Alves, a alteração da função hepática afeta diretamente a metabolização de carboidratos, proteínas e lipídios. 

“A hepatite pode prejudicar o armazenamento e liberação de glicogênio, alterando a glicemia, além de impactar a produção de proteínas plasmáticas e o metabolismo de gorduras, o que pode resultar em alterações de colesterol e triglicerídeos".

“Outro ponto de atenção é a capacidade do fígado de metabolizar medicamentos e toxinas, quando essa função está comprometida, o organismo pode acumular substâncias nocivas, aumentando o risco de efeitos colaterais graves”, explica.

Tratamento e atenção contínua
O tratamento para hepatite depende do tipo e da gravidade da doença. Algumas formas, como a hepatite A e E, são autolimitadas e se resolvem espontaneamente. Outras, como B e C, podem exigir antivirais específicos ou acompanhamento contínuo.

"A hepatite é uma doença silenciosa na maior parte das vezes, por isso, identificar cedo permite controlar melhor o impacto sobre o metabolismo e evitar complicações a longo prazo", reforça Dra. Jacy Alves.

Dra. Jacy Maria Alves é médica formada pela UFSC, com residências em Medicina Interna e Endocrinologia. É especialista em Endocrinologia pela SBEM, mestre em Medicina Interna focada em Diabetes pela UFPR, e certificada em Medicina do Estilo de Vida e Obesity Medicine pela Harvard. Trabalha como endocrinologista em consultório particular desde 2014, no Lapinha Spa desde 2022, e foi pesquisadora na Clínica Quanta até 2022. Também atua no INC desde 2016 e é professora na MevBrasil. Recebeu prêmios como 1º lugar em medicina na UFSC e em concursos de residência. Publicou artigos científicos e o livro "Revolução Alimentar" em 2024. Atualmente, está em pós-graduação em Neurociências na PUC-RS e em curso de Cuisine Santé. É membro de diversas sociedades médicas.

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