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HIPOTIREOIDISMO E GESTAÇÃO

A deficiência de iodo é uma das principais causas do hipotireoidismo, cujas necessidades aumentam, ainda mais, durante a gravidez e amamentação.  Como as doenças auto-imunes da tireóide são mais frequentes em mulheres em idade reprodutiva, é fundamental o diagnóstico destas alterações, pois mesmo mudança discreta na secreção hormonal pode afetar negativamente o curso da gravidez.
A presença de auto-imunidade também aumenta o risco de abortamento, tendo em vista que a gravidez é caracterizada por uma série de alterações hormonais e metabólicas no organismo materno, podendo afetar a função tireoidiana e o curso das disfunções tireoidianas de várias formas. Em resumo, as doenças tireoidianas podem ser prejudiciais para o bebê e a gestação.
A produção hormonal materna é quem abastece o feto de todas as suas necessidades durante a primeira metade da gestação. Logo, se existe hipotireoidismo (pouca produção hormonal) o bebê também terá pouco hormônio em uma fase que este é indispensável para a formação de seu cérebro.
Segundo o endocrinologista Mario Vaisman, professor titular da Faculdade de Medicina da UFRJ, durante a gravidez, as mulheres portadoras de hipotireoidismo, na maioria das vezes, deverão ter a sua dose diária de T4 aumentada. Além disso, as mulheres com hipotireoidismo podem ter dificuldade de engravidar e tem maior risco de abortamento.
“A importância dos hormônios tireoideanos no desenvolvimento fetal está bem estabelecida. O T4 materno é importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC) fetal durante toda a gravidez, particularmente no primeiro trimestre, quando há transferência placentária deste hormônio para o feto. A formação da tireóide fetal inicia-se entre a 10ª e a 12ª semanas de gestação e não se completa até o nascimento. Os hormônios tireoideanos são secretados apenas após a 18ª a 20ª semanas. A tireóide e o eixo hipófise-tireóide fetais tornam-se funcionais a partir de então”, informa o médico.
Portanto, como o hipotireoidismo pode ter efeitos prejudiciais para o bebê e a própria gravidez, é importante saber desta condição antes da gestação. Toda mulher que apresentar sintomas de hipotireoidismo, história de doença tireoidiana, história de tireoidite pós-parto, cirurgia tireoidiana prévia, história familiar de doença tireoidiana, bócio (aumento da glândula), diabetes tipo 1 ou outras doenças auto-imunes, aborto prévio ou história de parto prematuro, deve ter sua função tireoidiana avaliada.
Em caso de hipotireoidismo prévio, a gestante deve dosar TSH e T4 Livre assim que tiver o diagnóstico de gravidez confirmado para avaliar precocemente a necessidade de aumento da dose de medicação. Quando o diagnóstico é realizado durante a gravidez, o tratamento com hormônios tireoidianos deve ser iniciado o mais precocemente possível. Saiba mais.
Complicações 

O hipotireoidismo também está associado a complicações obstétricas, tais como sofrimento fetal, doença hipertensiva da gestação, descolamento de placenta e maior morbidade perinatal. “Durante a gravidez, níveis séricos de T4 livre e TSH devem ser avaliados a cada 4 – 6 semanas no primeiro trimestre e então uma vez no segundo e outra no terceiro trimestres. Também algumas semanas após o parto os exames laboratoriais devem ser repetidos, já que as necessidades de LT4 gradualmente se reduzen para níveis pré-gestacionais”, explica o especialista.
 
Hipotireoidismo: como diagnosticar

Segundo o especialista, o hipotireoidismo é a alteração endócrina mais comum, afetando 2% das mulheres e 0,1 a 0,2% dos homens adultos. “Em indivíduos com mais de 65 anos, a prevalência aumenta para 6% no sexo feminino e 2% no sexo masculino. Também pode acometer qualquer pessoa, independente de gênero ou idade, e até mesmo recém-nascidos, é o chamado hipotireoidismo congênito” esclarece Dr. Mario Vaisman.
Em adultos, na maioria das vezes, o hipotireoidismo é causado por uma inflamação denominada Tireoidite de Hashimoto, doença que ocorre quando o sistema imunológico do paciente destrói sua glândula tireóide. A presença de anticorpos detectados em exame de sangue faz o diagnóstico. Sua prevalência é cerca de sete vezes mais comum em mulheres e aumenta com a idade. Outras causas de hipotireoidismo são tratamento com iodo radioativo e cirurgia.
Os sintomas do Hipotireoidismo estão geralmente relacionados à duração e severidade da doença, e sua confirmação requer a dosagem do TSH. Depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, menstruação irregular, falhas de memória, cansaço excessivo, dores musculares, pele seca, queda de cabelo, ganho de peso e aumento de colesterol no sangue estão entre os sintomas do hipotireoidismo.

Tratamento

Segundo Dr. Mario Vaisman, o tratamento do hipotireoidismo é feito com o uso diário de levotiroxina, que deve ser tomada todos os dias, em jejum, para que a ingestão de alimentos não diminua a sua absorção pelo intestino. Várias medicações também interferem na absorção.
Se o hipotireoidismo não for corretamente tratado, pode acarretar redução da performance física e mental do adulto, além de elevar os níveis de colesterol, que aumentam as chances de problemas cardíacos.
 
 

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