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Levantamento da SBNPE aponta que 20% dos pacientes oncológicos morrem por desnutrição

A desnutrição atinge entre 30% e 80% dos pacientes com câncer. O percentual varia de acordo com o tipo de tumor, conforme diversos estudos nacionais e internacionais, mas em todos os casos o risco é muito semelhante: a desnutrição dificulta o tratamento e atrapalha a recuperação do paciente após sessões de quimioterapia ou cirurgias. "De cada 5 pacientes internados com câncer um morre por desnutrição", afirma o Dr. Robson Moura, presidente da SBNPE - Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Os principais fatores determinantes da desnutrição nos pacientes oncológicos são a redução na ingestão total de alimentos, alterações metabólicas provocadas pelo câncer e o aumento da demanda calórica devido ao crescimento do tumor. A detecção precoce das alterações nutricionais possibilita a intervenção em momento oportuno, prevenindo a ocorrência de alterações morfológicas e funcionais dos órgãos do aparelho digestivo e até dos pulmões, com riscos de complicações pós-operatória e aumento na mortalidade.

Mesmo sem o desejo de comer, por vezes comprometido pela própria doença, o organismo do paciente pode estar carente de diversos nutrientes, muitos deles essenciais para favorecer a resposta do corpo ao tratamento. "É de extrema importância que seja feita uma avaliação nutricional e, sempre que necessário, se adote a terapia nutricional mais adequada ao caso", afirma o Dr. Robson Moura.

Tratamento contra o câncer

Mesmo em pacientes nutridos, a terapia nutricional pode ser indicada. Isso porque o próprio tratamento contra o tumor pode causar desgastes no organismo que vão comprometer a alimentação ou a absorção dos nutrientes. Radioterapia, imunoterapia, quimioterapia e cirurgia estão associadas com algum grau de disfunção gastrointestinal, o que acarreta em menor ingestão de alimentos e perda de peso.

Segundo o presidente da SBNPE, a terapia nutricional é indicada nesses casos para manter o organismo bem nutrido, o que irá favorecer o controle das reações adversas causadas pelo tratamento oncológico. Quando alguma estratégia terapêutica provoca reações adversas muito fortes, pode ser necessário interrompê-la para não agravar a saúde do paciente. "Muitas dessas situações são evitadas com a terapia nutricional" explica Moura.

Perda de peso 

A perda de peso não planejada, sem mudança nos hábitos de alimentação e na prática de exercícios, costuma ser um dos principais sinais que precedem o diagnóstico do câncer. Quando diagnosticado, o câncer passará a ser tratado, o que irá acentuar a desnutrição do paciente. Além da terapia nutricional, é preciso que a pessoa receba orientações nutricionais, para uma reeducação alimentar ampla. "Mesmo sem a doença, muitas pessoas apresentam certo grau de desnutrição simplesmente por adotarem hábitos alimentares inadequados", destaca o presidente da SBNPE.

Ao ingressar na terapia nutricional, o tipo e a via de acesso são definidas a partir da avaliação do paciente. O uso da via enteral (oral) não é feito quando há toxicidade gastrointestinal, o que impede a absorção adequada dos nutrientes. Assim, a via parenteral (veias) é escolhida, seja como fonte parcial ou total de nutrientes.

Alimentos e fatores que aumentam e diminuem o risco de câncer

Tipo de câncer
Câncer de esôfago
Diminui o risco: Frutas, hortaliças sem amido
Aumenta o risco: Bebida alcoólica, obesidade, chimarrão

Cólon e reto
Diminui o risco: Alimentos ricos em fibras
Aumenta o risco: Carnes vermelhas, carnes processadas, bebidas alcoólicas, gordura abdominal

Pâncreas
Diminui o risco: Acido fólico
Aumenta o risco: Gordura corporal

Boca, faringe
Diminui o risco: Frutas, hortaliças sem amido
Aumenta o risco: Bebidas alcoólicas

Estômago
Diminui o risco: Frutas hortaliças sem amido, alho, cebola
Diminui o risco: Sal, alimentos conservados em sal

Recomendações no combate à desnutrição dos pacientes oncológicos

Evitar o consumo de alimentos e bebidas que promovem ganho de peso como aqueles com alta densidade energética, bebidas açucaradas e alimentos tipo fast food;
Consumir frutas e vegetais;
Consumir pelo menos cinco porções de hortaliças sem amido e de frutas variadas todos os dias;
Consumir cereais (grãos) poucos processados e/ou leguminosas em todas as refeições;
Limitar alimentos processados (refinados) que contenham amido e consumir 25 gramas de fibras por dia;
Evitar alimentos processados e preservados em sal;
Consumir o mínimo possível ou nenhuma carne processada (defumados, embutidos, enlatados).
 

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