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PRÓTESES DE SILICONE X MAMOGRAFIA: A PRÓTESE E SILICONE IMPEDE O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER?

Há mais de 30 anos, a prótese de silicone é uma técnica utilizada para aumentar ou reconstruir as mamas em todo o mundo, mas, periodicamente, a discussão relativa à colocação dessas próteses e sua relação com o câncer de mama vem à tona. “Observamos na prática clínica que esta dúvida é muito recorrente entre as mulheres que desejam colocar uma prótese de seios. Muitas vezes, a paciente chega ao consultório ‘bombardeada’ por opiniões ambíguas, muito insegura em relação ao procedimento”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, que esclarece a seguir algumas dúvidas de profissionais e pacientes.
 
Por que as mulheres, muitas vezes, associam silicone a câncer de mama?
Ruben Penteado - A insegurança destas mulheres é compreensível, pois segundo dados do INCA, o câncer de mama é o segundo tipo de carcinoma mais frequente no mundo. É mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos novos casos, a cada ano. A estimativa para 2010 é que surjam 49.240 novos casos da doença no Brasil. Nossas taxas de mortalidade por câncer de mama continuam muito elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados, o que impede o tratamento adequado. Por isso, o cirurgião plástico precisa orientar muito bem a paciente que apresenta dúvidas sobre a segurança da colocação da prótese de silicone.
 
A prótese impede o diagnóstico do câncer de mama?
Ruben Penteado – Não. Hoje, com os equipamentos que dispomos e com o aprimoramento das técnicas cirúrgicas – frutos do número crescente de mulheres com próteses – é possível fazer exames e diagnósticos precoces do câncer de mama com muita segurança. Se as próteses de silicone estivessem comprovadamente relacionadas a um aumento na incidência ou a dificuldades de diagnóstico de uma doença tão importante, já teríamos parado de utilizá-las. Não seria justificável por uma questão puramente estética colocar  pacientes em risco.

É mais difícil fazer a mamografia em quem usa prótese de silicone nos seios?
Ruben Penteado - A colocação de implantes de silicone com finalidade estética não atrapalha a realização de exames como mamografia, ultra-sonografia e ressonância magnética. Porém, se os implantes forem muito grandes, pode haver alguma dificuldade na compressão dos seios, diminuindo a qualidade das imagens obtidas e prejudicando o resultado do exame. Vale enfatizar que, na mamografia em mulheres com próteses, é necessário realizar a chamada ‘manobra de Eklund’, em que se traciona a mama, para expor ao Raio X apenas o tecido mamário. Se isso não for feito, a prótese poderá interferir no resultado do exame.

O silicone interfere no auto-exame das mamas?
Ruben Penteado - Com relação ao auto-exame, as próteses não atrapalham em absolutamente nada, uma vez que não há glândula por debaixo delas. Porém, o auto-exame vem perdendo força, uma vez que este procedimento passava uma idéia incompleta sobre a  prevenção do câncer de mama para o público feminino. O auto-exame não substitui uma consulta médica e os exames periódicos. É fundamental que o médico oriente suas pacientes para proceder a uma avaliação clínica das mamas e complementar os cuidados preventivos com outros exames, como ultra-sonografia, mamografia e ressonância magnética.

O silicone pode provocar o aparecimento do tumor?
Ruben Penteado - Não. A prótese não possui agentes que possam provocar ou estimular o câncer de mama. As próteses são, inclusive, indicadas para a reconstrução mamária em pacientes operadas pelo câncer de mama que necessitam controle rígido e poderão ter eventual recidiva futura. Excetuando-se os casos de manifestações genéticas, que correspondem a 5% dos casos de câncer de mama - as mulheres com essa marca genética têm uma possibilidade de 30% a 40% de desenvolver um carcinoma durante a sua vida - os demais casos dependem de dois importantes fatores: imunidade e fatores de risco. Conhecemos um bom número de fatores de risco para câncer mamário: gravidez tardia, ausência de gravidez e amamentação no peito, menopausa tardia, menarca precoce, obesidade, uso de hormônios por tempo prolongado, uso de pílulas anticoncepcionais antes do primeiro filho por tempo prolongado, entre vários outros. Além desses, há fatores de risco genéricos, como estresse, má alimentação, vida sedentária, fumo, fatores psicológicos crônicos, como angústia e depressão, falta de auto-estima e outros que podem eventualmente serem controlados.

Durante o tratamento do câncer de mama, o silicone atrapalha?
Ruben Penteado - Com as novas técnicas de reconstrução mamária e de radioterapia, o implante de silicone praticamente não atrapalha o tratamento após a cirurgia, mas pode ser necessária a retirada provisória da prótese devido à proximidade com a lesão ou para facilitar o acesso ao tumor.
 

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