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Pesquisadores de Campinas (SP) coordenam estudo pioneiro nos EUA sobre comportamento de células-tronco em ambientes de micro gravidade
Neste mês de janeiro de 2023, uma pesquisa inovadora começa a ser desenvolvida na região do Kennedy Space Center, no laboratório de ciências espaciais localizado no estado da Flórida, nos EUA. O estudo irá investigar a atividade de células-tronco sob diferentes condições de gravidade e oxigenação e será liderado pelos professores doutores da Faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas, André Antônio Pelegrine e Elizabeth Ferreira Martinez. O projeto é uma parceria da instituição com o KSCIA International Space Academy (KSCIA) nos Estados Unidos, Michaelis Foundation for Global Education (MF), ANADEM, Universidade Corporativa Anadem (UCA), University of Florida (UF) e com a R-Crio, empresa também campineira que atua na criopreservação de células-tronco da polpa dental.
“É uma oportunidade ímpar. Afinal, estamos falando de um estudo de vanguarda e que será feito em parceria com instituições de renome internacional. O capital humano e científico, além da infraestrutura de equipamentos, irá possibilitar uma série de análises, capazes de gerar significativos desdobramentos para a área da saúde”, destaca o coordenador da pesquisa e professor do curso de graduação em Odontologia da São Leopoldo Mandic, André Pelegrine.
O projeto, que irá estudar o comportamento de células-tronco em ambientes de micro gravidade, tem o objetivo de beneficiar a preparação fisiológica das tripulações em missões espaciais, especialmente em viagens prolongadas. No entanto, como explica Pelegrine, há a perspectiva de o estudo contribuir também com novidades na área odontológica e da Medicina Regenerativa. “Dependendo dos resultados alcançados, poderemos colaborar, de alguma maneira, com o desenvolvimento de novas terapias e tratamentos de doenças. As células cultivadas serão associadas à diferentes biomateriais e, posteriormente, utilizadas para testes clínicos”, afirma.
As células que serão empregadas no estudo são obtidas do periósteo do palato humano de doadores voluntários e fornecidas pela R-Crio. Todas validadas e registradas pelos órgãos competentes: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), Conselho Nacional de Saúde Vigilância Sanitária (ANVISA), Conselho Internacional de Harmonização de Requisitos Técnicos para Produtos Farmacêuticos para uso humano (ICH) e Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH).
As etapas pré-clínica e clínica da pesquisa serão realizadas no Brasil. No entanto, a intenção é criar um braço multicêntrico do estudo, por meio parcerias acadêmicas internacionais, dando maior força ao desenvolvimento científico e clínico. “O objetivo é transformar toda essa experiência em um programa educacional voltado para disseminar o pensamento científico entre alunos de diferentes níveis de ensino”, revela Pelegrine.