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5 dúvidas comuns sobre a terapia de reposição hormonal na menopausa
A menopausa é um marco inevitável na vida de uma mulher: a partir de uma certa idade, ela não só é esperada, como também apresenta uma série de sintomas que interferem na qualidade de vida. É aí que entra a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), uma solução para contornar os efeitos da menopausa e manter a qualidade de vida e a autoestima femininas.
"A terapia hormonal (TH), antigamente chamada de 'reposição hormonal', é o único tratamento comprovadamente eficaz para o alívio dos principais sintomas da menopausa, principalmente os calores (fogachos) e os sintomas de ressecamento vaginal (síndrome genitourinária da menopausa)", explica o Dr. Igor Padovesi, ginecologista e membro efetivo da Sociedade Norte-Americana de Menopausa.
De acordo com o médico, a TH também é aprovada como primeira linha de tratamento e prevenção da osteoporose, e indicada obrigatoriamente para mulheres com diagnóstico de menopausa precoce (antes dos 45 anos).
Dada a importância desse tratamento para um período tão impactante da vida reprodutiva feminina, os especialistas respondem às principais questões sobre o assunto:
1.Quando a TH é indicada?
"Atualmente, diversas sociedades médicas indicam a utilização da TH necessariamente em quatro situações principais: presença de sintomas vasomotores (as famosas ondas de calor), síndrome geniturinária da menopausa (ressecamento vaginal e sintomas urinários), prevenção da perda de massa óssea (osteopenia/osteoporose) e menopausa precoce", explica a Dra. Tassianae Alvarenga, endocrinologista e metabologista membro da SBEM.
Além dessas indicações clássicas, existem estudos que apontam para benefícios dessa terapia além das indicações tradicionais, por exemplo:
Melhora da função sexual
Melhora de sintomas depressivos
Melhora dos padrões de sono
Diminuição do acúmulo de gordura corporal e no abdome
Redução do risco de diabetes
Redução do risco de doenças cardiovasculares
2.Quais os hormônios utilizados na Terapia Hormonal?
São três, no total:
Estrogênio: é a base da terapia hormonal. É o principal hormônio, que fornece o alívio mais eficaz para os sintomas da menopausa.
Progesterona: deve ser acrescentada para proteger as mulheres com úteros contra o câncer de endométrio (uterino), que pode ser causado pelo uso único de estrogênio.
Testosterona: é acrescentada para melhora de sintomas relacionados à sexualidade (falta de libido, dificuldade de ter orgasmo, etc.). Também é o hormônio mais ligado ao vigor físico, disposição, e ganho de massa magra.
3.Quais exames são necessários antes da prescrição da terapêutica hormonal?
"O mais importante é a avaliação clínica minuciosa e, de acordo com os consensos mundiais, não são necessários exames complementares para confirmação diagnóstica antes de se iniciar a TH", explica o Dr. Igor. "Para aquelas com história e/ou exame físico sugestivos de alguma condição de saúde associada, os exames complementares devem ser direcionados especificamente para a condição identificada."
Na prática, é usual a solicitação de alguns exames gerais de sangue e de imagem antes de dar início à terapia hormonal. O seguimento com exames complementares durante o uso de TH pretende certificar a segurança de uso da medicação.
4.Quais os principais riscos da Terapia Hormonal?
Segundo a Dra. Tassianae, dentre os possíveis eventos adversos associados ao uso de TH, destacam-se um discreto aumento no risco de câncer de mama para usuárias de TH combinada (com progesterona) e pequeno aumento na incidência de trombose (aparentemente associada à terapia hormonal por via oral). Em mulheres com útero, o uso de estrogênio também pode aumentar o risco de câncer de endométrio.
5.Por quanto tempo devo manter a Terapia Hormonal?
A duração do tratamento com terapêutica hormonal é um pouco controverso, e alguns fatores devem ser considerados na manutenção do uso da TH por longos períodos. A maioria das mulheres pode voltar a piorar dos sintomas quando a terapia for suspensa, por isso, essa decisão deve ser individualizada entre a paciente e o médico, considerando fatores como os sintomas, riscos individuais, a perda dos benefícios cardiovasculares e esqueléticos quando o tratamento é suspenso, qualidade de vida e preferência individual.