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Câncer Infantil: atenção aos primeiros sinais é a principal aliada no combate à doença
Em fevereiro, comemora-se o Dia de Combate ao Câncer Infantil, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a doença que atinge milhares de crianças e adolescentes ao redor do mundo. No Brasil, o câncer lidera o ranking das doenças que causam a morte de crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos, excluídas as mortes por causas externas. Por outro lado, atualmente, para tumores como a Leucemia Linfoblástica aguda, 80% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curadas se forem diagnosticadas precocemente.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), de 2023 a 2025, há uma estimativa de cerca de 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil a cada ano, no país. Atento para essa crescente, Dr. Luís Fernando Menezes, médico pediatra e oncologista.
"O câncer infantil pode apresentar sinais muito comuns de outras doenças benignas típicas da infância, como febre, dor abdominal, aumento de gânglios linfáticos. Por isso, quando um sintoma se mostra atípico e persistente, nos faz acender o alerta vermelho para a possibilidade de uma neoplasia", afirma. Devido a essa dificuldade, a percepção dos pais passa a ser fundamental para a primeira suspeita de que algo não está correto com a criança. "O diagnóstico precoce é muito importante para identificar a doença em estágios iniciais, com uma carga tumoral menor e com maiores chances de cura. A conscientização sobre o câncer infantil continua a ser uma necessidade urgente, quanto maior o acesso a conhecimentos sobre a doença, mais os pais e os profissionais de saúde estarão preparados para identificá-lo", explica.
Diferenças do câncer adulto para o câncer infantil
Ao contrário do câncer no adulto, o câncer infantojuvenil, frequentemente tem origem em células indiferenciadas do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. As células que sofrem a mutação no material genético não conseguem amadurecer como deveriam e permanecem com as características semelhantes da célula embrionária, multiplicando-se de forma rápida e desordenada. Por isso, a proliferação do tumor é mais rápida em crianças.
Outra diferença é que, se por um lado o câncer em adultos está ligado ao envelhecimento, tabagismo, álcool, entre outros riscos de exposição ou estilo de vida, o câncer na infância não tem relação com fatores ambientais ou externos. Sendo ainda mais significativo o diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento.
Além disso, é muito importante contar com uma equipe multidisciplinar. Nesse contexto, Dr. Luís Fernando reforça a necessidade da presença de um psicólogo com acompanhamento regular para o apoio não só do paciente acometido pela doença, mas de seu núcleo familiar. "O cuidado integral é indispensável no processo de amparo ao sofrimento vivenciado, trabalhando expectativas e medos, e, principalmente, evitando o abandono do tratamento", conclui o médico pediatra oncologista.