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Inchaço na gravidez: exames e tratamentos

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de mudanças significativas. Entre elas, uma das que mais causa desconforto é o inchaço nas pernas, tornozelos e pés. Segundo o cirurgião vascular Fábio Rocha, esse acúmulo de líquido nos tecidos, conhecido como edema, é um sintoma comum que costuma se intensificar no final da gravidez.
 
Mas o que exatamente causa esse inchaço durante a gravidez?

"O inchaço ou edema, durante a gestação, é causado por uma combinação de fatores hormonais e físicos. Conforme a gravidez avança, o útero em crescimento começa a pressionar as veias que transportam o sangue das pernas de volta ao coração, dificultando o fluxo sanguíneo. Isso faz com que o líquido se acumule nas veias das pernas e, eventualmente, vaze para os tecidos ao redor", explica Fábio Rocha.

Além disso, o cirurgião vascular conta que as glândulas suprarrenais produzem mais hormônios, como a aldosterona e o cortisol, que incentivam o corpo a reter líquidos. "Essa retenção, por sua vez, contribui para que a mulher fique inchada, especialmente nas extremidades inferiores, como: pés, tornozelos e pernas", diz.

Fatores de risco

Apesar de ser uma condição comum, o cirurgião vascular diz que alguns fatores podem aumentar a probabilidade de uma gestante sofrer com o inchaço excessivo:

 Gravidez múltipla: mulheres grávidas de gêmeos ou mais têm uma maior probabilidade de sofrer de inchaço devido ao aumento da pressão no útero;
 
Excesso de peso: gestantes que ganham muito peso durante a gravidez ou que já estavam acima do peso antes de engravidar tendem a ficar mais inchadas;
 
Clima quente: o calor pode intensificar o inchaço, pois contribui para a dilatação dos vasos sanguíneos e, consequentemente, para a retenção de líquidos;

Longos períodos em pé ou sentada: ficar muito tempo em uma mesma posição pode piorar o inchaço, uma vez que isso dificulta o retorno do sangue ao coração;

 Histórico de problemas circulatórios: mulheres com histórico de doenças vasculares ou insuficiência venosa também podem estar mais suscetíveis ao inchaço durante a gestação.

Quando o inchaço na gravidez não é normal?

Embora o inchaço seja comum, em alguns casos, ele pode indicar problemas de saúde mais graves. É importante ficar atenta a alguns sinais de alerta.

"Se aparecer de repente e for intenso, especialmente nas mãos e no rosto, pode ser um sinal de pré-eclâmpsia, uma complicação séria que requer atenção médica imediata. Quando ele vem acompanhado de dor ou vermelhidão pode indicar Trombose Venosa Profunda (TVP), uma condição em que um coágulo sanguíneo se forma em uma veia profunda da perna", explica Fábio Rocha.

O inchaço assimétrico, ou seja, se apenas uma perna ou pé estiver inchado, também pode ser um sinal de trombose venosa profunda e deve ser avaliado por um médico, completa o profissional.

Exames e diagnóstico

Para diagnosticar as causas do inchaço excessivo e descartar condições mais graves, o médico pode solicitar alguns exames, como:

Exames de sangue: podem ser realizados para verificar a função renal e hepática, além de avaliar os níveis de proteínas no sangue, que podem indicar retenção de líquidos.

Ultrassom Doppler: este exame avalia o fluxo sanguíneo nas veias das pernas e pode ajudar a diagnosticar trombose venosa profunda (TVP) ou outras condições circulatórias.

Medição da pressão arterial: verificar a pressão regularmente é essencial para detectar sinais de pré-eclâmpsia, que pode causar inchaço súbito e outros sintomas graves.

Tratamentos e cuidados para aliviar o inchaço na gravidez

Embora o inchaço seja uma parte natural da gravidez para muitas mulheres, Fábio Rocha orienta que existem algumas medidas que podem ajudar a aliviar o desconforto e prevenir complicações, como:

Elevar as pernas: manter as pernas elevadas por alguns minutos ao longo do dia pode ajudar a melhorar a circulação e reduzir o inchaço.

Usar meias de compressão: as meias de compressão podem ajudar a melhorar o fluxo sanguíneo e evitar que o líquido se acumule nas pernas.

Manter-se hidratada: beber bastante água pode parecer contraditório, mas manter-se hidratada ajuda a evitar que o corpo retenha líquidos em excesso.

Evitar ficar em pé ou sentada por longos períodos: faça pausas regulares para caminhar e movimentar as pernas, melhorando a circulação sanguínea.

Praticar exercícios físicos leves: caminhadas e alongamentos leves podem ajudar a manter a circulação ativa e reduzir o inchaço. Além dessas medidas, é importante ter um acompanhamento médico regular durante toda a gestação. O obstetra poderá monitorar o inchaço e garantir que ele não esteja associado a problemas mais graves.
 

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