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Pacientes idosos com diabetes tipo 2 podem ter a deficiência androgênica

“Em alguns indivíduos, o nível de testosterona fica abaixo do ideal e isso leva a sintomas. E essa deficiência androgênica - que normalmente ocorre no idoso - pode ser chamada de hipogonadismo de instalação tardia. O que evitamos mesmo é o termo andropausa, porque não é uma queda abrupta como acontece na mulher”, explica Dr. Leonardo Parr, endocrinologista da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

Nos homens, existe uma queda progressiva dos níveis de testosterona a partir dos 30 anos de idade: uma redução aproximada de 1% a cada ano a partir de 30 anos de idade. Diferentemente da mulher, o homem não apresenta uma queda abrupta dos níveis de testosterona, ela é progressiva e muitos homens não vão chegar a ter sintomas.

Segundo Dr. Leonardo, os sinais clássicos para deficiência androgênica do idoso se confundem com os do próprio envelhecimento ou de outras doenças da idade avançada, tais como redução da libido, redução da força e massa muscular e apatia diante das atividades habituais. Há uma diminuição dos pelos pubianos e das axilas, redução do crescimento da barba e aumento da gordura visceral. Em casos mais severos, há alterações de atenção, de memória, dificuldade de concentração e, em alguns casos, quadros de depressão por causa da deficiência do hormônio masculino.

"Nos homens com deficiência androgênica, o aumento de gordura visceral também vai aumentar a resistência insulínica e a chance de o paciente ter diabetes gerando um ambiente inflamatório. A gordura visceral é capaz de transformar a testosterona em estrogênio (que é o hormônio feminino) através de um processo chamado aromatização, elevando de maneira inapropriada os níveis desse hormônio e piorando os sintomas relacionados ao hipogonadismo. Cerca de 30% dos pacientes com diabetes tipo 2 podem ter a deficiência androgênica do idoso e 25% dos pacientes com obesidade também poderão apresentar a mesma deficiência hormonal”, comenta o endocrinologista.

Ele destaca também a importância do tratamento individualizado, feito com a reposição da testosterona. “Cabe aqui também alertar: infelizmente temos visto com frequência manipulações de testosterona e nós não temos como comprovar que a formulação apresentará a quantidade do hormônio necessária com exatidão. Além disso, é preciso avaliar os benefícios que esse tratamento está trazendo para o paciente em relação às suas queixas e os possíveis efeitos colaterais. Portanto, reposição de testosterona apenas quando ela está abaixo dos níveis considerados normais e sempre com ‘acompanhamento de um endocrinologista e metabologista”, finaliza Dr. Leonardo.

 

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