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Reposição hormonal desperta interesse recorde no Brasil
A reposição hormonal é um dos assuntos que tiveram um pico de interesse pelos brasileiros na última semana, segundo dados do Google Trends. De acordo com a plataforma, outubro registrou o maior volume de buscas sobre o assunto nos últimos cinco anos, juntamente com o mês de janeiro deste ano. Esse aumento de interesse reflete a busca crescente por informações diante da menopausa, uma fase inevitável para a maioria das mulheres e que marca o fim dos ciclos menstruais.
De acordo com a Sociedade Internacional de Menopausa, 70% a 80% das mulheres enfrentam sintomas que afetam diretamente sua qualidade de vida pessoal e profissional durante esse momento da vida. Diante desse cenário, a endocrinologista Dra. Nathalia Ferreira destaca a terapia de reposição hormonal como uma aliada importante na mitigação dos sintomas, auxiliando na recuperação do bem-estar e na manutenção da produtividade.
“Esse tipo de tratamento tem um impacto positivo na redução de sintomas como fogachos, insônia e irritabilidade. Além disso, a TRH diminui consideravelmente os riscos de doenças mais graves, frequentemente associadas à menopausa, como condições cardiovasculares, ansiedade, depressão e osteoporose", explica Dra. Nathalia.
A médica ressalta que a maioria das mulheres começa a sentir sintomas do climatério — fase de transição que antecede a menopausa — por volta dos 45 anos, e a menopausa em si costuma ocorrer em torno dos 50 anos. “Mudanças no corpo, como aumento da circunferência abdominal, falta de sono e oscilações de humor, afetam diretamente a autoestima e o bem-estar diário”, destaca.
No entanto, o estilo de vida também é essencial para a intensidade dos sintomas. “Fatores como a hereditariedade e os hábitos diários influenciam muito. Mulheres que mantêm uma rotina de exercícios físicos, alimentação equilibrada e evitam a obesidade costumam passar por essa fase de forma mais tranquila”, aponta a endocrinologista.
Documento flexibiliza a indicação da TRH
Nos últimos dias, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) chegou a publicar um documento importante sobre o tema, flexibilizando a indicação da reposição hormonal. A orientação é que o tratamento seja realizado de forma individualizada e com acompanhamento médico, respeitando as necessidades e condições de cada paciente.
“A flexibilização é essencial porque cada mulher vive a menopausa de forma única. Com essa abordagem individualizada, conseguimos oferecer tratamentos mais seguros e eficazes, levando em conta fatores como histórico familiar, riscos cardiovasculares e outras condições de saúde. O acompanhamento próximo também é indispensável para ajustar a terapia conforme a resposta de cada paciente, maximizando benefícios e minimizando possíveis riscos”, diz Dra. Nathalia.
Contraindicações e alternativas ao tratamento hormonal
Apesar de seus benefícios, a terapia de reposição hormonal não é recomendada para todas as mulheres. “Pacientes com histórico familiar de cânceres hormonais, como os de mama e ovário, devem evitar o tratamento", alerta Dra. Nathalia. Além disso, há riscos a considerar, como o de trombose, especialmente em casos onde são utilizadas doses elevadas.
Para as mulheres que não podem ou preferem não aderir à TRH, há opções eficazes disponíveis. “Medicamentos e fitoterápicos para ansiedade têm apresentado bons resultados e ajudam a reduzir sintomas relacionados à menopausa", acrescenta a endocrinologista.
Independentemente da escolha, Dra. Nathalia reforça que o acompanhamento médico é fundamental. “Com tantas alternativas de tratamento, é possível minimizar os impactos físicos e emocionais dessa transição e garantir uma melhor qualidade de vida para cada mulher”, conclui.