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Estigma da masculinidade: medicina integrada surge como alternativa
Não é incomum perceber uma discrepância entre homens e mulheres quando o assunto é cuidados com a saúde. Mas o que justifica essa diferença? De acordo com o estudo "Primary health care use from the perspective of gender and morbidity burden", a resposta reside em fatores culturais e nos estigmas ainda existentes em relação aos gêneros.
Ou seja, um fator que diminui a propensão dos homens a procurarem auxílio médico é o estigma associado à masculinidade, que reforça a errônea ideia de que precisam ser "invulneráveis". Por outro lado, o estudo aponta que as mulheres associam os cuidados com a saúde com o bem-estar, aumentando assim a busca por atendimento especializado.
Nesse contexto, o médico urologista, Dr. Samuel Juncal, destaca que é essencial uma maior conscientização dos homens acerca da própria saúde. "Mais do que nunca os homens precisam se cuidar mais. Essa falta de cuidados está muito atrelada a uma ideia ultrapassada, que em nada condiz com a realidade. Tem estudos, por exemplo, que mostram que em 2023 menos de 40% dos homens com mais de 50 anos realizaram o exame de próstata. É uma realidade que precisamos mudar", comenta.
Apesar dos breves avanços na conscientização sobre saúde preventiva, os homens ainda enfrentam barreiras para manter um acompanhamento médico regular, diferentemente do observado entre as mulheres. Uma alternativa que tem crescido e pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para um aumento da procura masculina por cuidados com a saúde é a medicina integrada, principalmente por ser centrada em cuidados mais personalizados e numa perspectiva diferente de tratamentos tradicionais. É o que diz o artigo "Introduction to Integrative Health and Medicine for Men", presente no livro Integrative Men's Health.
Ao englobar o tratamento físico e mental, a medicina integrada pode ser uma solução eficaz para este problema. Em contraste com os tratamentos tradicionais que se concentram em sintomas específicos, a abordagem visa equilibrar o bem-estar geral, enfatizando a prevenção e o autocuidado, além do tratamento de doenças.
O Dr. Samuel Juncal explica a diferença da abordagem para tratamentos convencionais. "A medicina integrada combina práticas médicas convencionais com abordagens complementares e alternativas, buscando uma visão holística do paciente, ou seja, uma análise mais ampla, abarcando mais elementos. Esse modelo inclui terapias como massagem, yoga, meditação, nutrição, e outras práticas que abordam a saúde física, mental e emocional do paciente".
Segundo o estudo "Combining the best of evidence-based approaches to health", da Stanford Medicine, a abordagem, além de promover um maior senso de autocontrole nos pacientes, também tem a possibilidade de chegar a resultados semelhantes que métodos tradicionais, mas com menos efeitos colaterais.