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Casos de viroses aumentam no verão
As chamadas viroses de verão, como a gastroenterite (inflamação de estômago e intestinos), registraram um aumento preocupante neste início de ano, especialmente em regiões litorâneas como a Baixada Santista, popular área de veraneio do litoral sul paulista. Apenas em Santos, mais de 8 mil casos foram relatados desde dezembro, enquanto Praia Grande viu um crescimento de 40% em relação ao ano anterior.
Fatores como altas temperaturas, água contaminada, superlotação e alimentos mal armazenados contribuem para a proliferação de bactérias, vírus e parasitas, que causam a gastroenterite. “Esses microrganismos podem ser transmitidos por meio de água do mar, rios e represas, ou através de alimentos e superfícies infectadas”, explica Fernanda Bof Trombeta, coordenadora do pronto-socorro infantil do Hospital e Maternidade São Luiz São Luiz Campinas, da Rede D’Or.
Crianças e idosos estão entre os mais suscetíveis. De acordo com a dra. Fernanda Trombeta, esses grupos têm maior risco de desidratação severa, que pode evoluir para choque hipovolêmico. “Esse quadro consiste no esgotamento de líquidos corporais e interrupção da circulação sanguínea, o que pode levar a convulsões, falência de órgãos e até mesmo óbito. Na infância, é uma das principais causas de morte por desidratação”, alerta a médica.
É importante ficar atento a sintomas como:
• Boca e língua secas;
• Redução ou ausência de urina;
• Olhos fundos e pele ressecada;
• Bebês com moleira funda;
• Febre resistente a medicamentos;
• Presença de sangue em fezes ou vômitos;
• Dores abdominais intensas.
“Se houver piora após 48 horas, pacientes desses grupos ou com condições como diabetes, problemas cardíacos ou renais devem procurar atendimento médico imediato”, orienta Trombeta.
Manter a hidratação é fundamental. A médica recomenda o consumo de líquidos como água, soro caseiro e isotônico, além de evitar alimentos pesados e automedicação. “O uso de medicamentos antidiarreicos ou antibióticos sem orientação médica pode retardar a eliminação do agente infeccioso, agravando o quadro. Por isso, sempre busque opinião de um profissional de saúde”, ressalta.
“A prevenção é sempre o melhor remédio. Lavar bem as mãos e ficar atento à procedência da água e alimentos consumidos é fundamental. É recomendável evitar ambientes com saneamento precário", orienta a especialista.