Organizar o sistema de rastreamento do câncer de colo uterino, inserir o teste de DNA –HPV como primário, seguido da citologia oncótica, encaminhar mulheres positivas no teste primário diretamente à colposcopia e utilizar auto coleta para as que não aceitarem realizar o exame com profissionais e para as que vivem em áreas longínquas são propostas do documento da FEBRASGO, entregue ao Ministério da Saúde para ser acrescidas às diretrizes de rastreamento do ca de colo elaborada pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer) e atualmente em vigência.
Elaborado pelas Comissões Nacionais Especializadas de Patologia do Trato Genital Inferior (PTGI) e Ginecologia Oncológica durante o 57º CBGO (Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia), o documento foi entregue pela Diretoria Científica da Febrasgo para a coordenadora de Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde, Dra Mônica Neri, em reunião em Brasília.
O câncer de colo de útero é o terceiro mais recorrente entre as brasileiras, a despeito de discreta redução no número de incidência e de óbitos na última década. Mas apenas 20% dos casos são diagnosticados no estágio inicial e por meio do rastreamento.
O restante é detectado em mulheres que não participam do rastreamento, significando que existe baixa cobertura na população alvo ou baixa eficiência do programa vigente de rastreamento. No Brasil grande parte das mulheres que deveria participar dos programas de rastreamento não o faz por estar fora da faixa etária ou porque realiza o teste em intervalos maiores do que o recomendado.
O dossiê da FEBRASGO propõe que mulheres entre 25 e 30 anos que tiverem a citologia oncótica negativada devem repetir o exame a cada três anos. Se der positivo, ela será encaminhada para realizar a colposcopia. Entre as mulheres de 30 a 64 anos, o teste a ser feito deve ser a genotipagem para HPV. Quando negativo, a repetição deve acontecer em cinco anos. Se positivo, a paciente deve ser encaminhada para a colposcopia e outros tipos de citologia. Quando este grupo tiver teste de HPV de alto risco negativado, o exame pode ser repetido em cinco anos. Ao contrário, deve ser realizada a citologia. Se o resultado for negativo, ela repete o processo em um ano. Já em caso de positivo, será encaminhada para a colposcopia.
A proposta, na íntegra, poderá ser acessada no site da Febrasgo
https://www.febrasgo.org.br/noticias/item/456-dossie-de-estrategias-do-rastreamento-do-cancer-de-colo-uterino-no-brasil