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Sociedade Paulista de Reumatologia comemora 70 anos e lança livro histórico sobre a especialidade
Fundada em 24 de agosto de 1953, em uma assembleia constituída por 29 médicos, na sede da Associação Paulista de Medicina, no Centro de São Paulo, a Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) é uma associação civil científica, sem fins lucrativos. Teve como primeiro presidente Dr. Castor Jordão Cobra e foi a primeira regional da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Atualmente a entidade conta com 700 membros efetivos.
"Desde sua criação, a SPR tem atuado ativamente para levar aos profissionais da saúde do Estado de São Paulo e ao público em geral as mais recentes conquistas científicas no campo da Reumatologia, contribuindo com o reconhecimento desta especialidade e a conscientização sobre as doenças reumáticas", destaca a atual presidente da entidade, Dra. Nafice Costa Araújo. Atualmente são conhecidos mais de 120 tipos de doenças que podem estar ligadas a articulações, músculos, ligamentos, tendões, ao próprio sistema imunológico e que podem atingir qualquer órgão do corpo humano. Estima-se que mais de 15 milhões de brasileiros tenham alguma doença reumática, muitas delas incapacitantes e sem cura até o momento.
"Daí a importância também da Sociedade Paulista de Reumatologia no propósito de aliar conhecimento científico de excelência à inovação para levar assistência de qualidade aos pacientes de doenças reumáticas, com os melhores medicamentos e tratamentos disponíveis, seja no setor público ou privado", completou a presidente Nafice.
LIVRO - Para celebrar as 7 décadas de fundação da SPR, resgatando a história da entidade e a evolução da especialidade, a Sociedade lançou na noite de 24 de agosto de 2023, no auditório da Associação Paulista de Medicina (mesmo local de fundação da SPR), o livro "70 anos de História da Sociedade Paulista de Reumatologia".
A publicação foi elaborada pela Comissão de Registro Histórico da SPR, coordenada pela Dra. Sandra Hiroko Watanabe, tendo como membros os doutores Abel Pereira de Souza Junior, Célio Roberto Gonçalves, Plínio José do Amaral e a Dra. Rina Dalva Neubarth Giorgi, secretariados por Márcia Gerardi. "Foi um verdadeiro trabalho de investigação para que chegássemos à concretização deste livro. Contamos com a valiosa contribuição de documentos e fotos antigas dos nossos associados e a memória dos nossos ex-presidentes, além de um minucioso trabalho de pesquisa e redação da historiadora Monica Musatti Cytrynowicz, com revisão e projeto gráfico de Silvia Souza. Um legado precioso e inspirador que agora será amplamente divulgado", destacou a Dra. Sandra.
O lançamento contou ainda com uma especial homenagem aos ex-presidentes e familiares dos membros in memoriam. A comemoração também foi prestigiada por diretores e convidados da SPR, entre eles a reumatologista Dra. Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP, Dr. Adil Muhib Samara, prof. titular e emérito da UniCamp, Dr. Antonio José Gonçalves, representando o presidente da Associação Paulista de Medicina, Dr. Lauredo Ventura Bandeira, representando o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dra. Emilia Inoue Sato, profa. Titular de Reumatologia e chefe da disciplina de Reumatologia da Escola Paulista de Medicina, Unifesp.
Evolução da Reumatologia - As doenças reumáticas já eram observadas em esqueletos pré-históricos há mais de dois milhões de anos. No início da medicina, Hipócrates e Dioscórides já haviam descrito algumas doenças reumáticas, como a artrite e a gota. Imaginava-se que essas doenças eram por causa de fluidos ou rheuma que corriam em nossos corpos até chegar às articulações.
Embora as doenças reumáticas sejam conhecidas desde a Antiguidade, a Reumatologia é uma especialidade médica relativamente recente que teve início ao final dos anos de 1920 e começo de 1930, e que evoluiu extraordinariamente nas últimas décadas. Entre os principais avanços, destacam-se a descoberta da penicilina como tratamento eficaz da febre reumática; a descoberta do fator reumatoide, o teste de Waaler-Rose, prova laboratorial que pela identificação de um anticorpo específico permitia o diagnóstico diferencial da artrite reumatoide. Mas a descoberta mais importante para a Reumatologia foi, sem dúvida, a cortisona, concluída em 1949.
Desde então, a tecnologia, o avanço da ciência e o aprofundamento dos conhecimentos em imunologia têm sido fundamentais para evolução do diagnóstico, por imagem e laboratorial, além do desenvolvimento de modernos medicamentos imunobiológicos, feitos para alvos específicos em artrite reumatoide, lúpus, espondiloartrites, vasculites, osteoporose e artrite idiopática juvenil.
"Muito me honra estar à frente da nossa querida Sociedade Paulista de Reumatologia neste ano tão especial de comemoração", conclui a presidente Nafice Costa Araújo.
Atualmente o Brasil possui 3.134 reumatologistas, 976 deles em São Paulo, segundo a Demografia Médica no Brasil.